Teoria da fragmentação
A Teoria da Fragmentação é uma corrente de pensamento micronacional que dispõe sobre as causas da inatividade.
De acordo com Bruno Cava, a teoria "parte da premissa de que a concentração de esforços é fundamental para a prática do micronacionalismo."
Isto é, a micronação só pode realizar seus potenciais com uma massa crítica de cidadãos que permita gerar e manter a atividade. Abaixo dessa massa crítica, a micronação não obtém êxito. Portanto, deve-se pregar unificações, incorporações, comunidades agregadoras e outros mecanismos para agrupar os micronacionalistas, combatendo-se, em conseqüência, as secessões. Outra premissa é a de que a fundação de micronações faz com que diminua a densidade de micronacionalistas em cada qual. A teoria da fragmentação alimenta discursos tanto pró-integração micronacional, como o que produziu a Comunidade Lusófona e as unificações de Reunião com Mariana e Pasárgada com Sloborskaia, na virada de 2003 para 2004, como discursos que tentam menosprezar e criticar negativamente a criação de novas micronações, desde uma perspectiva moderada - combatendo a fundação de micronações sem projeto - até uma radicalizada, que vê qualquer novo protagonista do cenário intermicronacional como mais um golpe à escassez geral de atividade que é imanente à prática. Bruno Cava vê mérito na teoria, desde que utilizada com moderação e sem preconceitos às novas micronações. Jorge Guerreiro, por sua vez, afirma tratar-se de um mito reacionário, introjetado devido ao "medo do pluralismo e da novidade". Para ele, quanto mais micronações melhor, valendo um processo de seleção natural em direção a um contínuo melhoramento do micronacionalismo.
Raphael Garcia, em seu artigo "O fim do Micronacionalismo" [1] completa:
"O que falta hoje? Projeto, coragem... Mas falta o principal, pessoal. Não a mera quantidade, disso estamos cheios, mas quantos conseguem lembrar de mais de 4 ou 5 em cada micro (nisso nas que podem ter o privilégio de ter ao menos um cidadão que valha nomear ou toda essa população "fantástica") que podemos chamar de notáveis, de "importantes", de responsáveis pela discussão, pela atividade? O MN se fragmentou demais, se repetiu demais. Cada micro - isso sendo otimista - possui àquele que cria, que ativa, que diferença não faria se todos esses se unissem em uma ou duas micros! Com os "ordinários" flutuando em volta.... Como seria juntar Carvalhos, Velosos, Friedemburgos, Cavas, Oliveiras, Saifais e tantos outros em uma micro só! Que projetos surgiriam, como a política seria interessante!"
E, ainda, apresenta soluções em seu artigo "Fragmentação, projetos e novas idéias" [2]:
"Falta o novo, falta a construção. As micros, em sua maioria, chegaram a um ponto onde estão completas, repito, estão formadas, consolidadas e há muito pouco a se mexer. Falta essa atividade no MN de hoje que tanto anima e acirra, cria tendência, grupos pró e contra grandes revisões. Hoje os grupos concordam demais!
Em meio à fragmentação a formação de federações ainda seria benéfica para criar guarda-chuvas institucionais, para receber micros novas e pequenas e não só consolidar sua atividade como resguardar os bons micronacionalistas e dar sobrevida aos bons projetos."